No quarto ano de Psicologia Clínica, uma vez por semana, nos deslocávamos do prédio da faculdade para cumprir estágio num hospital psiquiátrico. Enquanto aguardávamos o professor no jardim da instituição, um dos internos aproximou-se de uma aluna e perguntou onde estavam as balas. Ela respondeu que não tinha bala alguma. Contrariado, o paciente deu um tapa no rosto da moça. Na semana seguinte, ao passar por ele, a estudante adiantou-se:
― Trouxe as balas.
― Balas?
Mais uma vez, ela levou um tapa no rosto.
Esse episódio me levou a pensar nas situações (fora dos muros de uma instituição) em que de nada adianta "ter ou não ter as tais balas". O resultado será o mesmo.
(*) Imagem: Google